“Orar é subir com asas de águia acima das nuvens e chegar ao Céu claro, habitado por Deus. É entrar na casa do tesouro do Senhor e fartar-se de uma fonte inesgotável”
APRENDENDO NAS QUEDAS
Por que será que nos lamentamos tanto quando nos decepcionamos, perdemos e erramos?
O mundo não acaba quando nos enganamos, ele muda talvez de direcção.
Mas precisamos tirar partido dos nossos erros.
Porque tudo haveria que ser correcto, coerente e sem falhas?
As quedas fazem parte da vida e do nosso aprendizado.
Mas que dói, dói, isso não posso negar! Dói no orgulho, principalmente.
E quanto mais gente envolvida, mais o nosso orgulho dói.
Portanto, o humilhante não é cair, mas permanecer no chão enquanto a vida continua seu curso. O problema é que julgamos o mundo segundo a nossa própria maneira de ver as coisas e esquecemo-nos que existem milhões e milhões de olhares diferentes do nosso.
Mas não está obrigatoriamente errado quem pensa diferente de nós, só porque pensa diferente, nem obrigatoriamente certo.
Toda a gente é livre de ver e tirar as suas próprias conclusões sobre a vida e sobre o mundo, às vezes acertamos, outras erramos, mas é assim que somos normais.
Então, numa discussão, numa briga, pare um segundo e pense: "E se eu estiver errado?"
É, uma possibilidade que raramente queremos pensar, o nosso "eu" cega-nos muitas vezes, o nosso ciúme, o nosso orgulho e até, porque não, o nosso amor.
Não vemos o lado do outro e nem queremos ver e somos assim, muitas vezes injustos tanto com os outros, como connosco, já que recusamos a oportunidade de aprender alguma coisa com alguém.
E é por tanta gente se manter nesta posição que existem desavenças, guerras, separações, ninguém cede e as pessoas acabam por ficar sozinhas.
E de que adianta ter sempre razão, saber de tudo, se no fim o que nos resta é a solidão?
Vida é partilha e não há partilha sem humildade, sem generosidade, sem amor no coração.
Na escola, só aprendemos porque somos conscientes de que estamos lá porque ainda não sabemos, na vida é exactamente a mesma coisa, se nos fecharmos, se fecharmos a nossa alma e o nosso coração nada entra.
E será que conseguiremos ser auto-suficientes?
Eu duvido. Não andamos sempre na corda bamba, mas às vezes é o único meio de atravessar, somos bem mais resistentes do que julgamos, a própria vida ensina-nos a sobreviver, viver sobre tudo.
Aprenda com o apóstolo Pedro que, enquanto acreditou, andou sobre o mar, mas começou a afundar-se quando sentiu medo.
Então escolha, afundar-se ou andar sobre as águas?
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