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terça-feira, 3 de junho de 2014

Cantando e pregando por fama e dinheiro


                           Cantando e pregando por fama e dinheiro

Show gospel
    Antes de iniciar mais este comentário que retrata minha ótica     sobre o protestantismo pentecostal, quero deixar bem claro que minhas considerações (alguns as poderão interpretar como “críticas”), não pretendem denegrir ou expor à especulação e muito menos ao ridículo – digo isso em particular a minha denominação – Assembleia de Deus. Nosso objetivo através deste meio é trazer contribuição baseada nas Escrituras para servirmos a Deus de forma sadia e genuína.
Talvez alguém ressalte que até então, só temos abordado o “negativo do pentecostalismo”; mas, que fique claro que essa não é a verdade absoluta. Também escreverei sobre as coisas boas que acontecem em nosso meio – mas agora a urgência é expor os erros e os desvios que prejudicam à nossa querida denominação – e tenho certeza que não é uma exclusividade assembleiana; outras comunidades que também comungam da experiência bíblica do Batismo com o Espírito Santo e a manifestação atual dos dons espirituais ou não, também sofrem com essa onda de fama e dinheiro entre o povo de Deus, encabeçada por cantores e pregadores de renome nestes últimos dias.

Textos bíblicos:
“Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples” (Romanos 16.18).

“Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3.19).
“O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias” (Tiago 5.3).
“E disse-lhes: Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas” (Lucas 9.3).
Na verdade tem gente não querendo levar nada mesmo; mas, trazer muito dinheiro depois de suas pregações e shows!

Transformaram o Evangelho num produto que vende. Não o anunciaram como a verdade que transforma vidas!

Cd e Dvd de “fogo puro” vende!
Cd e Dvd de “adoração e louvor” vende!
Cd e Dvd com testemunho de conversão (de ex-artistas, ex-feiticeiros, ex-padres, ex-traficantes e etc.), vendem menos – mas também vende!
Livro com divinas revelações além da Bíblia também vende!
Ingressos para shows de cantores e até de pregação de alguns – também vende!
Camisetas de eventos e frases de “poder e efeito”, também vendem!
Mas não lhe contaram que o melhor de tudo isso (melhor pra eles é claro) é que esses “produtos” são apenas uma frente diante de tantas outras formas de faturamento que alguns pregadores e cantores do meio evangélico detêm no momento.
 
Uma verdadeira manobra de interesses carnais é o que acontece por trás de várias de nossas festividades e eventos. Figuras que querem se tornar populares cantam e pregam para agradar pessoas (e quem paga pode exigir); para estarem em grandes eventos religiosos, rolam brigas, trocam favores, discussões, acusações e até subornos na desesperada tentativa de alcançar uma vitrine que os exiba para o público – e alcancem a tão sonhada fama entre os irmãozinhos de boa fé.

É caro! Não tem ética e é polêmico, mas as igrejas pagam, querem e ouvem!

Cantando e pregando por fama e dinheiro“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí” (Mateus 10.8).
Jesus também diria em nossos dias: de graça cantai e de graça pregai!
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6.10).
Não há compromisso ético de agenda, eles vão onde se paga mais (bem que as igrejas que gostam desse tipo de gente podiam ser um pouco mais exigentes e requererem também algo parecido com um pregão eletrônico com hora marcada para lances – pelo menos ia ficar mais fácil e visível à apresentação dos lances de quem está disposto a dar mais, pelo “produto louvor” e pelo “produto pregação”). Que Deus tenha misericórdia de seu povo!
 
Aquela expectativa de fé por aguardar a próxima festividade da igreja, para participar de cultos mais abençoados (porque abençoado, todo culto de adoração a Deus é) onde cantores e pregadores inspirados e ungidos ministravam pela atuação do Espírito Santo – não por dinheiro; mas, com o objetivo de agradar a Deus e levar os crentes a se dedicarem mais a serví-Lo e aos pecadores que sem demora se rendessem a Cristo – parece que acabou.
 
É duro dizer isso: mas, estes verdadeiros servos de Deus estão sendo extintos, e aqueles dias de celebração verdadeiramente espirituais e bíblicas estão quase na lembrança do passado.
Os tempos mudaram e o povo infelizmente também mudou seus hábitos quanto à forma de “cultuar e adorar a Deus”. O ruim é que os cantores e pregadores (com exceções), também mudaram – e foi para pior – seus “louvores” e “mensagens” perderam o teor bíblico e cristocêntrico e se arrumaram com alguma outra experiência pessoal que se impôs sobre as afirmações claras da Palavra de Deus; além de trazerem uma espécie de “evangelho centrado em realizar as vontades dos homens”, de qualquer jeito e através de um bom preço (eles cobram caro mesmo).
 
Não é novidade que para muitos, os ministérios de música, pregação e ensino (sem se esquecer daqueles que são “usados” para realizar milagres – que também cobram caro) foram desvirtualizados e transformados em “produto comercial gospel”. Toda essa glória e culto a personalidades do meio evangélico, também geram efeitos negativos para a continuidade da vida da igreja.
 
São tantas as condições e garantias que cantores e pregadores de renome exigem e desfrutam da igreja atualmente que fica claro que atuar como “um tipo de profissional de eventos religiosos” nessa área é o “negócio mais seguro, sem riscos, por onde não passa nenhuma crise econômica – deve ser por isso que são tão cobiçadas por alguns, essas ditas posições”. Também já se percebeu que essa gente, não prega e nem canta em trabalhinhos ou igrejas de pequeno porte – afinal aceitar convites desta natureza não trará status, não renderá fama e, além disso, pode trazer algum tipo de privação e desconforto pra os astros do “holy gospel”; bem que tem gente que queria que fosse Hollywood mesmo!
 
Em razão dessas distorções (e quase extorsões) mascaradas de sucesso e piedade, que muitos cantores e pregadores iniciantes já sonham com a gravação de CDS E DVDS pra vender, receberem muitos convites e estabelecerem uma “carreira de sucesso, dinheiro e fama”, ao invés de um ministério eficaz. Tem gente sonhando com lançamentos de CDS em casas de shows, em points até a pouco ocupada pelos mundanos; com sessões de autógrafos, com viagens de avião, com viagens a outros estados e países; com hospedagens em hotéis de cinco estrelas, com cardápios gastronômicos regionais – afinal o “mercado evangélico” pode proporcionar tudo isso, além de deixar o “abençoado” montado numa baita grana.
 
Essa estrada de dinheiro e fama percorrida por tantos entre os simpáticos e simples evangélicos não poderia levar a nenhum outro destino a não ser ao da secularização (no caso da música evangélica) e ao da banalização (no caso de pregações e milagres só realizados através de gordas ofertas e cachês extravagantes). Isso chega a ser profano e tenho certeza que tanto para as igrejas que pagam altos valores para terem essas “estrelas” cantando e ministrando em seus púlpitos e eventos; isso também é prejudicial do ponto de vista bíblico e desnecessário do ponto de vista litúrgico.
 
Do ponto de vista bíblico é irregular porque a força financeira da igreja deve ser empenhada em proclamar o evangelho de Cristo a todas as nações; e em suprir suas variadas necessidades de operação e não com shows e eventos que não promovem edificação alguma. Do ponto de vista da simples liturgia pentecostal não são cantores e pregadores caros que necessariamente promoverão salvação de almas, poder de Deus, adoração e milagres no seio da igreja. Pentecostal de verdade sabe que esses sinais acontecem naturalmente seguindo aqueles que crêem no Cristo Ressurreto (Marcos 16.17).

Uma palavra aos pastores líderes (presidentes)
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho” – Atos 20.28-29.

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto” (1 Pedro 5.2).
 
Uma liderança alicerçada e comprometida com a Palavra de Deus, jamais promoverá essas figuras “descomprometidas com a causa do Mestre”, que só cantam e pregam se rolar “la plata”. “Personalidades do bem bom” que exigem receber do bom e do melhor, enquanto deveres com os domésticos da fé são negligenciados por parte da igreja.
Sempre que for “contratar” uma figura dessas; lembre-se, se esse dinheiro fosse aplicado numa ação evangelística em sua cidade, quantas almas poderiam se encontrar com Jesus; e esse resultado será bem maior para o Reino de Deus.
 
Sempre que for ouvir os pedidos espalhafatosos desses “aproveitadores da fé alheia”, ouça o clamor quem vem dos campos missionários, esquecidos e abandonados por tantos ministérios locais.
Ao invés de repassar o dinheiro suado da igreja local para estranhos, invista-o nos talentos de sua comunidade cristã. Pense na valorização dos obreiros; em programas de reciclagem e capacitação de professores de EBD; nas melhorias que poderão ser implementadas em tantos departamentos da igreja.
Promova o melhor segundo a vontade de Deus para a igreja que Deus lhe confiou e deixe de servir de escada para “carreiras de ganância e bel-prazer” de pessoas que não conhecemos muito bem. A única coisa que chega até nós sobre muitos desses “astros do mundo gospel” são o sucesso e a fama e não o testemunho de vida cristã deles.

Então, o que é justo?
“E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa” (Lucas 10.7).

“Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário” (1 Timóteo 5.18).
Eu aplico estes textos acima citados a obreiros locais (ministros auxiliares em tempo integral e líderes de campos eclesiásticos cuja função e disposição é servir a obra de Deus).
Quanto aos obreiros itinerantes – pregadores, cantores e mestres (devidamente credenciados e submissos a um ministério local), de acordo com Lucas 10.7, é justo pagarmos as passagens (ônibus ou avião) ou combustível; justo é provermos um lugar decente para os instalarmos, afinal são homens e mulheres de Deus (os que são), que atuarão em nossos eventos. Justo é apoiarmos os ministérios sadios ajudando-os a se manterem no objetivo de divulgarem a Palavra de Deus através de seus materiais e ministérios. Também é justo levantar uma oferta para esses obreiros. Mas nada de forma imposta, exigida e com valor fixo.
 
 Conclusão
Não quero ser taxado de escatomaníaco, mas pra mim esse destacado comércio das coisas sagradas que envolvem o evangelho; esse frisson por dinheiro, fama e sucesso à custa da boa fé dos irmãos e essa desatenção dos cristãos quanto a esse mercado reprovável, também são sinais iminentes dos últimos dias e consequentemente da breve volta de Jesus!
Que Deus o abençoe a cada dia mais em Cristo!
 
Silvio Costa                                     


                 

 

 

 

              

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