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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Gênesis 9


                                               Gênesis 9

Chegamos ao capítulo 9 do livro de Génesis, depois de havermos estudado o dilúvio. Mas, antes de prosseguirmos, pensemos um pouco nas verdades espirituais que o dilúvio nos ensina. Vemos que, quando Noé sai da arca, a primeira coisa que fez foi levantar um altar ao Senhor e oferecer-lhe sacrifício, que naturalmente foi uma oferta de holocausto. Esta oferta aponta directamente para Jesus Cristo. Foi oferecida em louvor a Deus na base do amor e do reconhecimento a Ele. Certamente esta acção e atitude de Noé foi uma da razões porque Deus se agradou dele e o salvou num tempo de julgamento e condenação. Ora, o dilúvio foi a condenação de Deus por causa da rebelião e maldade do homem. Aquilo que Deus havia revelado foi rejeitado pelos homens, excepto por Noé. Noé creu em Deus e serviu de testemunha para alcançar os outros homens condenados. Todos os homens rejeitaram a mensagem, ninguém se quis voltar para Deus. Todos recusaram aceitar o refúgio que Deus tinha providenciado durante 120 anos. A mensagem de Deus não foi aceite. Então veio o julgamento de Deus, destruindo todos, com excepção de Noé e sua família.



Noé sai da arca. Começa o povoamento da terra. Num certo sentido Noé é o pai de todos nós. E ele ao sair da arca, ofereceu a Deus num altar, um holocausto, que aponta para o sacrifício de Cristo em favor dos nossos pecados. Cada filho de Adão, cada descendente de Noé, cada um de nós tendo uma natureza pecadora, deve lembrar-se que só há salvação por meio de Cristo, pela fé no seu sacrifício na cruz.


Agora no capítulo 9 encontramos um novo começo. Você não pode imaginar quão revolucionário é este começo! Trata-se da era da consciência humana. Agora Deus põe o homem no governo. Ele tem de governar-se a si mesmo. É isto que vemos neste concerto entre Deus e Noé. Quando Deus fez esta aliança com Noé, Ele o fez também consigo e comigo, uma vez que Noé representava toda a humanidade; Assim, o concerto foi feito com todos os homens. Deus diz a Noé: "Sede fecundos, multiplicai-vos, e enchei a terra." As palavras "enchei a terra" são muito significativas, porque existiu uma civilização antes do dilúvio, e devia haver outra civilização depois do dilúvio. Foi dada a Adão a ordem de encher a terra. Era para encher a terra das criaturas que Deus criou e que foram preservadas, cada uma segundo a sua espécie.


A ordem de Deus é esta: "Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra." Após o dilúvio esta é a primeira ordem de Deus. Deus queria que a raça humana se espalhe por sobre a face da terra. Presentemente estamos vivendo diante do problema da superpopulação, que representa um perigo para a própria sobrevivência. A explosão demográfica constitui hoje num problema muito grave para a humanidade.


Voltando ao assunto de Noé. Noé é um caso diferente. Ele estava praticamente sozinho no mundo. Antes do dilúvio estava cercado de gente. Havia uma explosão demográfica nos seus dias. Depois do dilúvio Noé está sozinho com alguns membros de sua família. Foi certamente uma experiência fora do comum para Noé. Vejamos agora outra coisa que Deus disse a Noé: "Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra, e sobre todas as aves dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos serão entregues." Aqui temos a protecção do homem e o seu domínio sobre os animais. Isto fazia parte do concerto. Antes deste concerto o homem não comia carne. Após isso ele passou a comer. Pode ser que antes do dilúvio os animais fossem mansos, não fossem ferozes, nem violentos ou perigosos. Depois do dilúvio então ficaram ferozes, talvez pelo fato de serem mortos e comidos pelos homens. A ideia de atacar os animais e matá-los e comê-los vem do tempo de Noé. O homem hoje é responsável pelo mundo dos animais. É preciso que se tenha muito cuidado em nossos dias com o tratamento dos animais, porque devido a grande população de seres humanos que temos no mundo, os animais estão cada vez mais escassos. Existe o perigo da extinção dos animais. Por exemplo, a baleia que era abundante nas ilhas do Havaí, já não existe, porque levado pela ganância o homem acabou com elas. O búfalo tem sido destruído grandemente no ocidente e antes eles viviam em grandes rebanhos. Por que? Bem, o homem que tem domínio sobre os animais agora os está exterminando. Felizmente existe aqueles que estão preocupados com este perigo e estão procurando preservar as espécies tanto de animais como de aves que estão ameaçados seriamente pelo homem. Se não houver um providência tomada, os animais todos da África serão exterminados. O homem tem se tornado numa criatura brutal. É preciso que seja detido nos seus impulsos maus para devastar os animais, sobre os quais os homens devem ter domínio, mas não direito de exterminá-lo.


Vejamos o que o Senhor Deus diz mais a Noé: "Tudo o que se move, e vive, ser-vos-á para alimento; como vos dei erva verde, tudo vos dou agora." Antes o homem comia vegetais; Era vegetariano antes do dilúvio. Agora Deus dá ordem ao homem para comer o animal e isto você deve levar em consideração. Todos sabemos que existem aqueles que professam uma seita cujos membros devem ser vegetarianos, não comem carne e acham que é um pecado e uma ofensa a Deus. Certa vez uma senhora estava fazendo proselitismo e me veio falar sobre a importância de se observar o sistema vegetariano. No início da conversa ela ficou muito contente quando eu disse que o povo que vivia antes do dilúvio era vegetariano. Aquela senhora chegou até a escrever num papel este fato que eu lembrei. Mas, certamente ela deve ter rasgado logo depois, ou apagado, porque eu terminei dizendo que apesar de serem todos vegetarianos foram todos destruídos pelo dilúvio. Se aquele sistema vegetariano fosse espiritualmente eficaz para a vida deles, certamente não seriam tão corruptos e não teriam sido destruídos. Mas depois do dilúvio Deus permite e encoraja ao homem a comer carne. Certamente não é pecado.


Agora vamos para o versículo 4, onde lemos o seguinte: "Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis." Por outras palavras, o sangue deve ser lançado fora. O sangue fala da vida. Aqui não são recomendados os animais mortos de alguma enfermidade ou de um modo que o sangue fique no seu corpo. Isto mostra que o animal deve ser morto de uma maneira certa e não deixando que o seu sofrimento seja prolongado. Por isto Deus diz aqui, que quando você for comer um animal, você deve ficar certo que vai comê-lo sem o seu sangue, que deve ser posto fora. Quer dizer, o animal que serve para alimento deve ser sangrado e o sangue escoado. Este sistema abrevia e encurta a dor do animal, porque morre logo. "Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis", disse Deus a Noé. Deus revelou grande cuidado pelo bem-estar físico do seu povo e por isto incluiu na lei princípios e normas bem claras para a preservação da saúde. E em tudo isto vemos o grande amor de Deus por nós, o seu cuidado paterno para com os seus filhos.


Agora lemos no versículo 5 estas palavras: "Certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo o animal o requererei, como também da mão do homem, sim, da mão do próximo de cada um requererei a vida do homem." Aqui Deus está requerendo o sangue que foi derramado pelo animal ou pela pessoa que matou alguém. Inclusive consta na lei de Moisés que um animal que matou alguém, quer dizer, que tirou a vida de uma pessoa, deve ser morto. Até o próprio boi se encontra mencionado na lei de Moisés como sendo passivo de morte, caso venha a tirar a vida de algum ser humano. Hoje o homem não deve se expor ao perigo dos animais ferozes, das feras perigosas, porque como já dissemos, esses animais têm sido em muito reduzidos, havendo até a possibilidade de extinção de alguns. Mas para que as pessoas vivam em lugares onde esses animais perigosos existem devem ter muito cuidado. Naturalmente esta medida não representava uma vingança, é antes uma medida justa, para que os donos tenham cuidado com os seus animais, não os deixando em qualquer lugar onde possa haver risco para as vidas humanas.


Estamos agora no versículo 6, onde lemos: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo o homem se derramará o seu, porque Deus fez o homem segundo a sua imagem." Aqui Deus está mostrando o grande valor da vida humana e o respeito que se dá a vida do homem. A pena de morte aqui imposta por Deus naqueles tempos primitivos tinha um sentido profundamente correctivo e disciplinar no sistema de governo que chamaríamos Teocrático, sem possibilidade de haver abusos ou injustiças, para reprimir certos perigos e ameaças a sociedade, que estava sendo recriada. A pena de morte aplicada naqueles tempos bíblicos, tinha um sentido profundamente disciplinar e correctivo, representando um exemplo para desencorajar a prática do crime numa época bem primitiva. Não se tratava de uma vingança social, nem de um desrespeito a vida, porque era aplicada por homens justos que estavam orientados pela própria lei de Deus para eliminar um ou outro criminoso que poderia dizimar muitas vidas inocentes, criadas a imagem e semelhança de Deus. Não estamos aqui defendendo nem combatendo a pena de morte hoje, mas apenas justificando a sua aplicação justa e necessária naqueles tempos primitivo entre o próprio povo de Deus e por ordem de Deus. Passemos para o versículo seguinte, onde lemos: "Mas, sede fecundos e multiplicai-vos; povoai a terra, e multiplicai-vos nela." E prossegue o escritor sagrado citando a Palavra de Deus a Noé: "Disse também Deus a Noé e a seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança convosco e com a vossa descendência, e com todos os seres viventes que estão convosco: assim as aves, os animais domésticos e os animais selváticos que saíram da arca, como todos os animais da terra." Nestas palavras estão incluídas todas as criaturas de Deus. Há uma declaração muito importante no livro do profeta Isaias a respeito do leão e do cordeiro que um dia se deitarão juntos sem o cordeiro ser prejudicado pelo leão. O apóstolo Paulo diz que toda a natureza geme de dores, aguardando o dia da sua redenção. Deus quer que as suas criaturas sejam preservadas e protegidas até que o dia da redenção da terra chegue. Aqui vemos Deus dizendo: "Com todos os seres viventes que estão convosco."


Vejamos agora o versículo 11: "Estabeleço a minha aliança convosco: “Não será mais destruída toda a carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra." Aqui está a promessa de Deus e o seu propósito de não destruir mais a terra por meio de um dilúvio. O próximo julgamento será por meio de fogo. É o que lemos na II epístola de Pedro, capítulo 3.


No capítulo 12 encontramos o quadro do concerto que na minha opinião tem um sentido espiritual. É uma espécie de sacramento, se é que posso dizer assim. O que é realmente importante aqui é o seu aspecto visível. É um sinal visível das futuras promessas. Diz o versículo: "Disse Deus: Este é o sinal de minha aliança que faço entre mim e vós, e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações. Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra." O arco-íris que é sinal de uma aliança. Continua o texto "Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nela aparecer o arco, então me lembrarei de minha aliança, firmada entre mim e vós, e entre todos os seres viventes de toda a carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda a carne." Notamos que Deus aqui diz que quando Ele vir o arco-íris, e não quando você vir o arco-íris. Isso quer dizer que não é simplesmente o homem que tem de ver o arco-íris, mas também Deus; Então vendo-o, Deus se lembraria da sua aliança, "firmada, entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne", diz Deus. Isto nos devia encorajar a olharmos mais para o arco-íris, e vermos nele o grande significado para a humanidade. É um sinal que Deus olha e cuida de nós. Este era um concerto de Deus, não simplesmente com Noé, mas com todos os seres viventes da terra. Por essa razão digo que o arco-íris quase que se pode chamar de sacramento. Sacramento é um sinal visível para resolver ou lembrar certas promessas feitas por Deus. Aqui temos o orco iris, mas esta não o único sinal que Deus nos deixou, Por ocasião da Ceia do Senhor ou da comunhão, temos o pão e o vinho que representam o corpo e o sangue de Cristo. O baptismo é um ato externo e visível de uma realidade espiritual, que nos lembra a nossa salvação em Cristo. E isto acontece aqui no caso do arco-íris. A fé na promessa de Deus é provada e garantida pela presença do arco-íris, sinal da sua aliança. Deste modo o arco-íris representa uma mensagem, uma mensagem de amor e de graça. O arco-íris é a resposta de Deus à arca de Noé. Um amigo meu estava viajando pelo interior do país e de repente caiu uma chuva torrencial, parecia mais uma tempestade, e de repente ele vê o sol aparecendo, e no céu um lindo arco-íris que ia de uma ponta a outra, formando aquele belo e colorido arco gigante. Foi a primeira vez que ele viu um arco-íris daquela dimensão. É que vivendo nas cidades grandes não se pode ter a visão de um arco-íris total. Ele nunca tinha visto uma coisa tão linda em toda a sua vida. Era o sinal da graça de Deus. Era a sua promessa expressa nas cores daquele arco-íris tão lindo. "O arco-íris estava nas nuvens, disse Deus. E ve-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda a carne que há sobre a terra. Disse Deus a Noé: “Este é o sinal da aliança estabelecida entre mim e toda e toda a carne sobre a terra.” Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cão, e Jefté. Cão é o pai de Canaa. São eles os filhos de Noé; e deles se povoou toda a terra." Meu amigo, como teria sido maravilhoso se esta família de Noé, e o próprio Noé, tivessem saído da arca com um coração completamente transformado, sem aquela natureza pecaminosa. Mas isto não aconteceu. Até na vida de Noé encontramos pecado. É o que a Bíblia diz no versículo 20: "Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha. Bebendo do vinho se embriagou-se, e se pôs nu dentro da sua tenda. Cão, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber fora, a seus irmãos. Então Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que o vissem." Não há em nossos dias nenhuma explicação satisfatória para esse erro de Noé. Talvez se possa dizer que ele desconhecesse completamente o efeito do vinho. E se não o conhecesse possivelmente não teria bebido. Não conhecemos antes do dilúvio nenhum outro caso de embriagues. Não há menção nenhuma na Bíblia a esse tipo de pecado antes do dilúvio. É possível que não fosse intenção de Noé embriagar-se. Talvez tenha sido surpreendido pelo efeito do vinho. Tomou uma certa quantidade, ignorando no entanto, os seus efeitos. Bem, de qualquer maneira, Noé está diante de um novo mundo, mas o velho pecado, a velha natureza, está lá novamente, mostrando os seus efeitos prejudiciais. Neste triste incidente, não vemos apenas o pecado de Noé, mas também o pecado do seu filho Cão e suas consequências. Ele em vez de procurar ajudar a seu pai com discrição e com um sentimento de respeito e amor, levou o assunto aos seus irmãos, Sem e Jafé com um sentido de humor e até de ridículo. Foi aí onde o filho de Noé cometeu um grande pecado. Por pior que fosse o estado moral ou espiritual do seu pai, Cão não deveria tratar o caso com chacota ou ridicularizar seu pai. Quando Sem e Jafé tomaram conhecimento do caso, discretamente procuraram cobrir o pai com uma capa, sem querer satisfazer nenhum sentimento de curiosidade. Eles não se dispuseram a fazer escárnio do seu pai num estado de embriagues. Quando Noé recuperou do seu estado naturalmente não gostou da atitude do seu filho Cão, como era de esperar. E o resultado é que o filho de Cão, chamado Canaã foi amaldiçoado. “Disse Noé: “Maldito seja Canaã, seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.”


Meu amigo, devemos ter muito cuidado com o julgamento que fazemos das pessoas, quando elas estão numa situação moral ou espiritual desfavorável. Por outras palavras, devemos ter muito cuidado com o nosso julgamento e com a maneira como encaramos a pessoa humana, mesmo quando ela estiver moralmente arrasada. É Certo que a pessoa que se embriaga ou que pratica um outro vício qualquer, está errada, e isso e reprovavel e as pessoas sabem que soferam as conseguencias do seu próprio vício. Todos nós sabemos quão danosos são os efeitos dos vícios e do pecado; Mas devemos ter muito cuidado com a maneira como olhamos para essas pessoas, condenamos o vício não a pessoa. As vezes Deus permite que tenhamos conhecimento dessas mazelas do pecado, e até nos oferece oportunidade para vermos o estado da miséria humana, para provar o nosso próprio sentido ou senso de justiça e de amor.


Cão pensava que Noé podia ser salvo do seu julgamento. Mas o estado de Noé deu oportunidade para Cão ser julgado. Quem estava ali sob julgamento era Cão e não propriamente Noé. Por outro lado este caso também nos ensina que os filhos devem ter respeito pelos seus pais e pelos mais velhos, mesmo quando eles nos pareçam ridículos e desmoralizados quando lavados pelos vícios e pelos malefícios do pecado; Que todos procurem o perdão em Cristo e a salvação eterna, para terem uma vida transformada e abençoada por Deus. Não desperdiçando assim a oportunidade de um novo começo como Deus fez com Noé e sua familia.




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