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segunda-feira, 28 de junho de 2010

PÃO DIÁRIO



"Você não consegue realmente ouvir alguém e fazer qualquer outra coisa ao mesmo tempo."

                                         A Arte de Ouvir

Alguém –colega de trabalho, membro da família ou um professor –já lhe fez algum dia esta pergunta: “Você está a ouvir?”Existem muitas razões (desculpas) para não ouvir. Estamos cansados ou distraídos com outras preocupações. Ou simplesmente não estamos interessados no que a outra pessoa está a dizer e então, nós “desligamos”. Certa ocasião a minha esposa fez-me essa mesma pergunta e eu respondi: “Sim, eu escutei-a”, mas a verdade é que, embora a tivesse escutado, eu não estava a ouvi-la!



Existe diferença entre escutar –acto de reconhecer o fenómeno físico das ondas de som colidindo com o tímpano –e ouvir. A menos que seja portador de deficiência auditiva, não pode evitar escutar sons. Ouvir, entretanto, é outra coisa. É o acto consciente de não apenas receber ondas sonoras, mas também interpretar os impulsos nervosos enviados ao cérebro. Ou seja, escutar é a resposta involuntária aos ruídos; ouvir é a actividade voluntária, que pode ser considerada também, acto de gentileza e respeito.


Por exemplo, um colega de trabalho reclama ou conta-lhe sobre alguma circunstância que lhe está a causar sofrimento pessoal e você está ocupadíssimo com um projecto. Porém se tiver algum cuidado com essa pessoa, vai escolher não apenas escutar, mas também ouvir, ainda que por um curto período de tempo. O mesmo aplica-se a situações em casa, quando o cônjuge ou os filhos querem conversar sobre alguma coisa que consideram importante.


Você apenas “escuta”o que foi dito e, na verdade, ignora-os e concentra-se em outros assuntos? Ou coloca tais assuntos de lado, o tempo suficiente para ouvir verdadeiramente, pensar sobre o que está sendo apresentado e responder de forma apropriada?


Ouvimos falar muito sobre a importância da comunicação no ambiente de trabalho, escrevemos e lemos memorandos, e-mails e relatórios, observamos regras sociais em relação aos recados deixados na secretária electrónica e fazemos apresentações eficientes. Contudo, raramente gastamos tempo com o que chamamos de “a bondosa arte de ouvir”. O livro de Provérbios oferece valiosa compreensão:


 Ouvir capacita-nos a chegar ao “xis do problema”.


Geralmente os problemas que surgem no trabalho são sintomas - a ponta do "iceberg”. Resolvê-los requer que se veja “a história por trás da história”, e não há melhor forma de se chegar lá do que ouvindo. “Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona”
Provérbios 20.5 (NVI)


 Ouvir ajuda a evitar a calamidade.


Às vezes sentimos que não existe nada mais importante do que o que temos a dizer. Porém, se gastarmos tempo demais a falar e não ouvirmos o suficiente, podemos não escutar avisos urgentes que são emitidos.


“Os sábios de coração aceitam mandamentos, mas a boca do insensato o leva à ruína”
Provérbios 10.8 (NVI)


 Ouvir prepara-nos para receber a correcção necessária.


Todos nós gostamos mais da aprovação do que da correcção, mas às vezes, a coisa mais sensível e atenciosa que alguém pode fazer é oferecer uma crítica construtiva, mostrando-nos como agir melhor no futuro. A chave está em esforçarmo-nos para ouvir, sem nos tornarmos defensivos, confiando que o que foi dito visava o nosso bem.


“Como brinco de ouro e enfeite de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir”
Provérbios 25.12 (NVI)


 Ouvir capacita-nos a responder de forma apropriada.


Frequentemente as pessoas compartilham os seus sofrimentos connosco, simplesmente porque desejam saber que há alguém que se importa e também para que lhes assegure que ainda há esperança. Se separarmos tempo para ouvir, podemos ser capazes de responder com palavras adequadas para o momento.


“O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima
Provérbios 12.25 (NVI)


Sendo assim, da próxima vez que alguém lhe disser alguma coisa, tente fazer mais do que simplesmente escutar o que está a ser dito. Tente também ouvir. O que se recebe através dos ouvidos pode abrir-nos os olhos!

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